Reprodução: Rondônia Dinâmica
As eleições de 2026 para o Governo de Rondônia começam a ganhar forma com a divulgação de pesquisas que ajudam a desenhar um panorama político fragmentado, marcado pelo favoritismo da direita, mas também por uma elevada taxa de indecisos e pelo surgimento de nomes que ainda podem alterar os rumos da disputa.
A sondagem mais recente, divulgada em 8 de maio pelo Instituto Brasil Dados, posiciona o senador Marcos Rogério (PL) na liderança com 22% das intenções de voto. Em segundo lugar está o prefeito reeleito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), com 15%, seguido do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), com 9%. O vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil) aparece com 4%, e Samuel Costa (PSOL-Rede), com 1%. O dado mais expressivo, no entanto, está nos 49% de eleitores indecisos — o que confirma o ambiente volátil e aberto da disputa.
No mês passado, o Instituto Paraná Pesquisas já havia detectado um cenário similar de indefinição. Na pesquisa espontânea, impressionantes 72,9% dos entrevistados não souberam apontar um nome para o Palácio Rio Madeira. Nos cenários estimulados, Marcos Rogério e o ex-governador Ivo Cassol (PP) se revezam na liderança, enquanto nomes como Adailton Fúria, Hildo Chaves, Fernando Máximo e Sérgio Gonçalves aparecem com variações relevantes.
Marcos Rogério derrotado nas urnas em 2022, surge como nome competitivo ao se consolidar como representante fiel da base bolsonarista em Rondônia. Já Fúria carrega consigo o peso da popularidade: reeleito com mais de 83% dos votos. Hildon, por sua vez, ainda colhe os frutos de uma gestão elogiada à frente da capital. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Outro nome que tende a crescer na disputa é o do vice-governador Sérgio Gonçalves. Embora hoje apresente números tímidos nas pesquisas, tudo indica que estará à frente do governo estadual em abril de 2026, com a provável saída de Marcos Rocha para disputar uma vaga ao Senado. Caso se confirme, Gonçalves ganhará visibilidade institucional e disporá da máquina pública, além de já contar com o apoio de setores empresariais e produtivos.
Do lado da esquerda, Samuel Costa representa, até o momento, a única candidatura posta. Mesmo com apenas 1% na pesquisa mais recente, a federação PSOL-Rede aposta no crescimento da candidatura a partir da militância orgânica e da rejeição ao bolsonarismo — lembrando que, historicamente, a esquerda detém cerca de um terço do eleitorado estadual.
Mas o quadro pode se reconfigurar ainda mais. Dois nomes do MDB surgem como incógnitas de peso. O deputado federal Lúcio Mosquini não esconde de ninguém o desejo de governar Rondônia. Com uma sólida base entre os produtores rurais e um discurso simpático às pautas da direita, Mosquini articula discretamente nos bastidores e pode se lançar como opção viável ao eleitor conservador.
Já o senador Confúcio Moura, também do MDB, representa uma alternativa de centro com trânsito em diferentes campos políticos. É o único membro da bancada federal rondoniense com proximidade direta ao governo Lula, o que pode lhe garantir apoio institucional e partidário. Internamente, Confúcio avalia que a disputa ao governo pode ser mais acessível que a corrida pela reeleição ao Senado — sobretudo por seu perfil moderado, com capacidade de aglutinar tanto setores da esquerda quanto do centro e até mesmo da direita mais pragmática.
A fragmentação atual da disputa sugere que o primeiro turno será uma corrida pulverizada, com múltiplas candidaturas competitivas. Nesse contexto, a capacidade de dialogar com os indecisos, que hoje somam entre 40% e 70% a depender do cenário, será determinante. Também terá peso o discurso capaz de unir a direita rondoniense, hoje dividida entre diferentes legendas e interesses pessoais.
A corrida ao governo de Rondônia em 2026 está longe de ser previsível. Os nomes mais lembrados hoje podem não ser os mesmos de amanhã. O jogo começou — e está aberto.